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  • julho 2, 2025

Julho Verde: diagnóstico precoce pode elevar chances de cura do câncer de cabeça e pescoço para mais de 80%

Julho Verde: diagnóstico precoce pode elevar chances de cura do câncer de cabeça e pescoço para mais de 80%

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra aproximadamente 39 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço por ano, somando tumores de boca, laringe, orofaringe, hipofaringe e nasofaringe. Ainda segundo o INCA, 80% dos casos são diagnosticados apenas em estágios avançados, o que compromete significativamente as taxas de cura e aumenta os riscos de sequelas, como perda da fala e dificuldade para engolir e respirar.

O cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) explica que esse cenário poderia ser revertido evitando os fatores de risco conhecidos. “O câncer de cabeça e pescoço pode ser evitado, principalmente porque, em grande parte dos casos, está associado ao tabagismo, consumo excessivo de álcool e infecção pelo HPV. Quando o paciente fica atento aos sinais e sintomas as chances de cura ultrapassam os 80%”, afirma.

O mês de julho é dedicado a campanha Julho Verde, de conscientização dos fatores de risco dos cânceres de cabeça e pescoço, entre eles

Cavidade oral: língua, gengiva, céu da boca, assoalho da boca, bochecha e lábios.
Faringe: inclui nasofaringe (atrás do nariz), orofaringe (amígdalas, base da língua) e hipofaringe (parte inferior da garganta
Laringe: onde ficam as cordas vocais
Seios paranasais: cavidades ósseas ao redor do nariz e dos olhos
Glândulas salivares maiores: parótida, submandibular e sublingual
Nariz e cavidade nasal
Pele: alguns tipos de câncer de pele, principalmente os de células escamosas e basocelulares, também entram nessa classificação pela localização

Principais sinais e sintomas

  • Ferida no rosto ou na boca que não cicatriza por aproximadamente 15 dias
  • Mancha vermelha ou esbranquiçada nos lábios ou na cavidade oral
  • Dificuldade ou dor para mastigar ou engolir
  • Caroço no pescoço, boca ou mandíbula, que não regride
  • Irritação ou dor na garganta, tosse persistente, dores de cabeça, dor de ouvido ou falta de ar constantes
  • Aftas que não cicatrizam, mau hálito persistente e sangramentos nasais frequentes
  • Dente mole, dor em torno dos dentes ou sensação de desconforto na arcada dentária sem motivo aparente
  • Mudança na voz, rouquidão ou sensação de cansaço vocal persistente

“O grande problema é que muitos desses sintomas são facilmente confundidos com situações comuns do dia a dia, como aftas, infecções de garganta, rouquidão passageira, sinusite ou problemas dentários. Isso faz com que muitas pessoas posterguem a busca por atendimento médico, levando ao diagnóstico em estágios mais avançados, quando o tratamento se torna mais complexo e com maiores chances de sequelas”, alerta Pinheiro.

O especialista reforça que, além da adoção de hábitos saudáveis — como evitar o tabagismo, reduzir o consumo de álcool e manter boa higiene bucal —, a vacinação contra o HPV é fundamental na prevenção de alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço, especialmente os que acometem a orofaringe (amígdalas e base da língua). “A vacina é uma ferramenta de saúde pública extremamente eficaz e segura, capaz de proteger não apenas contra o câncer de colo do útero, mas também contra tumores relacionados ao HPV na boca, garganta e outras regiões”, destaca.

Quando o câncer de cabeça e pescoço é diagnosticado em fases avançadas, pode ser indicado o tratamento com abordagens combinadas que podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “O tratamento cirúrgico é essencial para tumores da cavidade oral e das glândulas salivares, enquanto nos tumores de laringe e faringe a definição da melhor estratégia cirurgia, radioterapia ou combinação dos tratamentos considera o tipo de tumor, o estágio da doença e as condições clínicas do paciente”, explica o presidente da SBCO.

Já em casos de diagnóstico precoce, a cirurgia, na maioria dos casos, é menor, menos agressiva e com muito menos impacto funcional e estético. “Isso significa preservar funções como fala, deglutição e respiração, além de oferecer melhores resultados oncológicos. Por outro lado, quando o tumor está em estágio avançado, o procedimento se torna mais desafiador e, frequentemente, exige tratamentos combinados, com maior risco de sequelas permanentes”, conclui.

 

Fonte: Moura Leite Netto

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