- fevereiro 24, 2024
Matriz elétrica do Brasil será 95% renovável até 2026
Estudo aponta que energia no Brasil e no mundo será em grande parte renovável, cabendo entender no que isso implica e quais as vantagens esperadas
O mundo todo pesquisa e busca a implementação de soluções energéticas sustentáveis devido, principalmente, às questões climáticas que o planeta sofre.
E com esse esforço global, o Brasil trilha um caminho significativo rumo a uma matriz elétrica majoritariamente renovável (95%), isso, com previsão para até 2026.
É o que aponta a IEA (Agência Internacional de Energia) em seu Relatório Especial sobre Perspectivas Energéticas Mundiais sobre a Indústria de Petróleo e Gás para o COP28, que detalha o cenário até aqui e estima para as próximas décadas.
Em que se baseiam as estimativas?
A pesquisa se baseia em alguns fatos dentro da indústria energética e que influenciam determinadas reações de mercado, com isso, os principais pontos que devemos observar são:
Queda das hidrelétricas
As hidrelétricas no Brasil apresentaram uma queda significativa, passando de uma média de 56% entre 1990 e 2021 para 42% no período de 2017 a 2021. Uma mínima histórica de 38% em 2021 devido a secas severas.
Em 2022 até houve uma recuperação na geração hidrelétrica chegando a um crescimento anual de 17% e elevando o fator de capacidade para 44%, mas ainda bem distante dos números de antes.
E por sua vez, em 2023, tivemos ligeiro avanço de 1% na geração, o que se considera uma estagnação no setor, até porque, paralelamente, a geração térmica apresentou uma redução de 10%, apesar do aumento de 10% na produção das usinas a carvão.
E essa oscilação tem indicado uma resposta adaptativa do setor energético às variações climáticas, buscando um equilíbrio entre as fontes de geração para assegurar a estabilidade e eficiência do sistema elétrico nacional.
O que nos faz lembrar do período e das regiões que ficaram sem energia elétrica em 2023 exatamente por fortes tempestades.
Crescimento das energias solar e eólica
Por outro lado, outras fontes energéticas têm ganhado maior notoriedade e propriamente presença em território nacional, caso da solar e eólica.
O que vai de encontro aos esforços na redução do uso de combustíveis fósseis na geração de eletricidade, fontes que já são respaldadas há tempos por diversos estudos especializados.
Com o crescimento das energias renováveis, que já contam com mais de 20 GW de capacidade de geração distribuída, o Ministério de Minas e Energia (MME) tomou medidas para diminuir a inflexibilidade contratual de usinas térmicas durante períodos de excesso de energia.
Essa inflexibilidade diz respeito à geração mínima necessária para cumprir contratos no mercado regulado.
Para otimizar a utilização das fontes eólica e solar e fortalecer a expansão do sistema elétrico, foi considerado o uso de armazenamento de energia.
E em março de 2023, São Paulo inaugurou o primeiro sistema de baterias em larga escala (30 MW/60 MWh) do país. E em outubro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promoveu uma consulta pública para discutir soluções regulatórias para a conexão de sistemas de armazenamento à rede.
Mas o que muda?
Antes é preciso entender o que é uma fonte de energia renovável.
De forma breve, trata-se de uma fonte natural, que se renova continuamente, como as próprias solar e eólica que mencionamos. Essas fontes são sustentáveis, ou seja, capazes de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer as futuras gerações.
O que a longo prazo gera energia com menor impacto ambiental, contribuindo para a redução da dependência de recursos não renováveis, tais como o petróleo.
Por isso, com essas mudanças os consumidores podem esperar melhores experiências em se tratando do uso de energia elétrica nos próximos anos.
Diversificação
Primeiro de tudo, a diversificação da matriz elétrica vai ajudar a estabilizar o fornecimento, reduzindo a dependência de fontes sujeitas a variações climáticas. Ou seja, haverá menor vulnerabilidade a eventos climáticos extremos como os que temos presenciado.
De forma clara, isso se traduz em um serviço elétrico mais confiável.
Menores custos
Além disso, a transição para fontes renováveis tende a refletir reduzir os custos para os usuários finais. Pois com a ampliação de fontes, é esperado que haja mais competição no mercado e, assim, resultar em menores tarifas.
O aumento da capacidade de geração distribuída, já evidenciado pelos mais de 20 GW em funcionamento, abre espaço para uma participação mais ativa dos consumidores na produção e consumo de energia, permitindo maior autonomia e, consequentemente, possíveis economias.
Maior cuidado ambiental
Outro melhora perceptível é na diminuição da danos ao meio ambiente, já que o uso de energias renováveis diminuirá a emissão de gases de efeito estufa.
Desse modo, os brasileiros poderão se beneficiar de ambientes mais sustentáveis e alinhados com as preocupações ambientais de todo o planeta.
Mas por enquanto
As estimativas são otimistas já que os estudos demonstram um cenário promissor para o futuro, digno dos grandes investimentos que o setor energético tem recebido.
Cabendo por ora, conhecer novas fontes energéticas, preferencialmente renováveis, além de recursos alternativos para manutenção de energia elétrica em caso de emergência. Caso, por exemplo, de fábricas, hospitais e grandes eventos que recorrem ao aluguel de gerador para não deixar de operar por motivo algum.