- dezembro 6, 2024
IFMS oferta formação técnica em Agricultura a professores moçambicanos
Localizado no sudeste da África, Moçambique é um país que compartilha com o Brasil a língua portuguesa. E essa conexão está ainda mais estreita com a visita de professores moçambicanos aos campi Ponta Porã e Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), onde participam de uma formação técnica na área de Agricultura.
A ação de formação é resultado de um acordo de cooperação entre o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Secretaria Especial de Ensino Técnico-Profissional (SEETP) de Moçambique. No total, 75 professores moçambicanos realizam intercâmbio em todo o país, três deles no IFMS.
Os temas abordados na formação técnica incluem mecanização agrícola, sistemas de irrigação, análise de solos, produção de sementes, processamento de alimentos e metodologias de ensino.
Para os participantes, a experiência tem sido enriquecedora, pois trazem novas perspectivas sobre a prática agrícola e a educação no setor.
Danilo Daniel Bissueque, licenciado em Agropecuária e mestre em Gestão Ambiental e Recursos Hídricos, destaca as diferenças entre Brasil e Moçambique.
“A agricultura de precisão ainda é novidade para nós, em Moçambique, e também o processamento de alimentos. O estágio no IFMS vai me ajudar a ensinar meus alunos a como resolver problemas com pragas, sobre germinação de sementes, além de melhorar a nossa dieta”, afirma.
Além dos aprendizados técnicos, Danilo também explorou a cultura local. “Gostei muito do churrasco e do frango com molho, que não sei como se chama, mas é delicioso!”, conta animado.
Realidade brasileira na área da Agricultura chama a atenção dos docentes moçambicanos – Foto: Campus Nova Andradina
Pelágia da Paz Taquinha, licenciada no ensino de Agropecuária, ressalta o quanto a experiência tem sido enriquecedora.
“Aqui, os estudantes têm muita liberdade e proximidade com os professores, o que é diferente do que estamos acostumados”, relata emocionada com a experiência. Ela conta que em Moçambique os estudantes não podem se alimentar durante as aulas.
Em relação à vivência cultural, o Tereré, bebida típica de Mato Grosso do Sul, além da recepção calorosa do povo fronteiriço, chamaram a atenção. “O povo de Ponta Porã é maravilhoso e acolhedor”, complementa Pelágia.
Idania Augusta Adriano Félix, do Instituto Politécnico Familiar Rural de Mecubúri, ficou impressionada com a oportunidade de aprender novas tecnologias de máquinas agrícolas. “Tudo o que vemos aqui, já vimos no YouTube, mas estar de frente com a coisa é mais impactante”, comenta.
Quanto à questão de aproximação cultural, Idania não viu muita diferença entre os povos e julga que ambos são acolhedores. “O povo brasileiro, em particular o de Ponta Porã, é maravilhoso, acolhedor, simpático, enfim é tudo de bom, na questão cultural não achei muita diferença com a nossa!”, afirma calorosamente.
O diretor do Campus Ponta Porã, Izidro de Lima Júnior, ressalta a importância dessa troca cultural e educacional para as comunidades acadêmicas.
“Foi uma experiência fantástica. É a primeira vez que recebemos alguém da África, e ficamos muito felizes em poder proporcionar um intercâmbio cultural e acadêmico. Para nós, a internacionalização no nosso campus é um objetivo importante, e estamos buscando cada vez mais ampliar essas parcerias”.
Parceria – Esta é a 3ª Edição da Formação de Formadores Moçambicanos, focada na Agricultura Sustentável e adaptada ao contexto local. O curso capacitou multiplicadores de conhecimentos e práticas agrícolas.
A iniciativa é parte da Ação Simplificada BRAMOTEC, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Conif e a Secretaria de Ensino Técnico-Profissional de Moçambique.
No total, 14 instituições da Rede Federal de Educação estão envolvidas na formação.
Conhecimento adquirido no IFMS será transmitido a estudantes moçambicanos – Foto: Campus Ponta Porã
Texto originalmente publicado em: https://www.ifms.edu.br/