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  • janeiro 15, 2024

Fora da sala, alunos criam produtos com o que cresce no quintal de casa

Fora da sala, alunos criam produtos com o que cresce no quintal de casa

Estudantes do 5º ano transformaram castanha de coco em geladinho para ajudar na renda dos pais

 

O urucum e a castanha de coco viraram material escolar dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Noé Nogueira, em Nioaque, a 184 km de Campo Grande. Em alguns meses, os alunos aprenderam que os frutos que veem crescer no quintal de casa podem virar geladinhos e até temperos.

Batizado como projeto ‘Cores e sabores’, a iniciativa segue a metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) e é um dos trabalhos desenvolvidos pelo Sebrae/ MS através da Cidade Empreendedora.

Durante quatro meses, alunos e familiares trabalharam juntos para transformar a castanha de coco em geladinho e o urucum em colorau. Uma das principais propostas era viabilizar a produção deles para que os pais das crianças pudessem ter renda extra.

 

Alunos de escola municipal participaram da produção de coloral. (Foto: Arquivo pessoal)
O professor Antônio Ventura Alvez, que há 30 anos exerce a profissão, ficou responsável por trabalhar o projeto com os estudantes. Durante os últimos anos, ele nunca desenvolveu algo como a metodologia que não ficou restrita somente à sala de aula.

O profissional comenta que foi um desafio fazer isso pela primeira vez, porém o resultado foi gratificante. Além disso, ele destaca que os alunos se sentiram valorizados durante todo o processo de aprendizado.

“Esse tipo de projeto de empreendedorismo foi a primeira vez e pra mim foi um desafio porque trabalhar com crianças ou pré-adolescentes não é muito fácil. A minha turma do quinto ano se sentiu valorizada porque a primeira ideia que tivemos foi levar um projeto visando a realidade deles”, diz.

Quando fala sobre realidade, Antônio quer dizer que toda a matéria-prima utilizada foi encontrada nas plantações das famílias. O melhor é que todo o esforço deu retorno para essas pessoas que viram o potencial dos frutos. O professor conta que muitos seguem vendendo o geladinho e o tempero.

“Um mês depois as famílias já estavam vendendo esses dois produtos, colocaram à frente da casa ‘vende-se geladinho’, ‘vende-se colorau’. A gente acredita que por mais tempo eles devem continuar vendendo os produtos. Assim conseguimos envolver a comunidade”, pontua.

Gederson Carvalho de Melo é tio do João Felipe Ramos, de 11 anos, que é um dos alunos do 5º ano. O empresário destaca que o projeto de empreendedorismo encantou o menino e ensinou algo de valor que pode agregar no futuro.

“Eles entenderam que sem o trabalho, sem produzir não tem projeto, alegria, lazer, conforto. Isso foi um grande passo. Eu tenho uma empresa em Campo Grande e a primeira coisa que ele falou quando veio para cá foi: ‘Tio, posso trabalhar com você?’. Já despertou nele o sentimento de trabalho, aguçou a mente da criança para o empreendedorismo”, explica.

Metodologia – Gestora Estadual do Programa Educação Empreendedora do Sebrae/ MS, Priscila Veloso fala que a iniciativa passa pelo crivo da Secretaria de Educação antes de chegar às escolas.

“Nós ofertamos uma série de produtos do nosso portfólio que podem ser cursos, palestras, oficinas e também metodologias. Ali a Secretaria de Educação escolhe o que melhor se adequa ao município. Em 2023 foram atendidas em Nioaque seis escolas municipais e dentro foram implementadas a JEPP”, fala.

Para que os alunos possam aprender sobre empreendedorismo na prática, os professores são submetidos a uma série de palestras, oficinas e cursos de capacitação. Durante o processo, Priscila comenta que eles recebem todo o suporte necessário, como materiais didáticos.

“Os professores começam a ser acompanhados por um consultor do Sebrae e ele vai acompanhar toda a implementação da metodologia e apoiar os professores na capacitação. É uma metodologia seriada, então para cada série existe uma temática para ser abordada. É como se fosse uma jornada de aprendizagem através do empreendedorismo”, esclarece.

Passado o período de desenvolvimento e aplicação do projeto, o retorno é que os alunos se sentem mais motivados para estudar. “Muitos professores relatam que os estudantes têm mais vontade de estudar, mais brilhos nos olhos até porque a metodologia é muito lúdica, então tira aquele padrão de sala de aula do professor falando na frente. O estudante se vê como protagonista da sua própria aprendizagem. No final é realizada uma feirinha de empreendedorismo e cada série vai mostrar para a comunidade o que produziram. São momentos de muita realização”, destaca.

 

 

 

Fonte:https://www.campograndenews.com.br/

 

 

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