- novembro 16, 2017
Em 2015, PIB cai em todos os estados pela primeira vez em 14 anos
A queda de 3,5% no PIB nacional em 2015 se repetiu em todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal. Os dados são das Contas Regionais, divulgadas hoje pelo IBGE. A queda simultânea em todas as unidades da federação é algo inédito na pesquisa, que tem sua série histórica iniciada em 2002.
“Esse resultado de queda de todas as unidades da federação ainda não tinha sido visto, inclusive por nenhuma série já estimada pelo IBGE antes disso. É um resultado inédito que afeta todos os estados da federação”, explica o gerente das Contas Regionais, Frederico Cunha.
A unidade da federação que teve o melhor desempenho em 2015 foi o Mato Grosso do Sul, que registrou redução de 0,3% no volume de seu PIB, em parte pelo bom ano da agropecuária local, que cresceu 10,1% neste período. Os setores de Indústria (-4,4%) e Serviços (-1,6%), no entanto, derrubaram decisivamente a taxa no estado.
“Os estados que tiveram melhor resultado foram bastante influenciados pela agropecuária. O que pesou negativamente foi a indústria de transformação, o comércio e a construção civil. Todas essas atividades tiveram quedas expressivas”, acrescenta Frederico.
Já o Amapá foi o estado com a redução mais acentuada em seu PIB, com taxa de -5,5%. As principais contribuições negativas foram dos setores de Indústria (-16,9%) e Serviços (-4,1%). Eles foram puxados para baixo, principalmente, pelas atividades de Construção (-17,9%) e de Comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas (-14,5%).
Sudeste mantém tendência e perde 0,9% de participação no PIB em 2015
A região Sudeste manteve a tendência registrada nos últimos anos e perdeu 0,9% de participação no PIB do Brasil em 2015, ficando em 54%. A queda acumulada desde 2002 é de 3,4 pontos percentuais (p.p.), enquanto Norte (0,7 p.p.), Nordeste (1,1 p.p.), Centro-oeste (1,1 p.p.) e Sul (0,6 p.p.) ganharam espaço.
“Na série 2002-2015, a região Sudeste é a única que perde participação. Na verdade, todos os estados da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste ganharam participação, exceto Alagoas, Distrito Federal, Amazonas e Sergipe. O que mais ganhou participação foi o Mato Grosso, com o avanço da fronteira agrícola, entre outros fatores. Santa Catarina e Pará também ganharam bastante participação”, explica o gerente da pesquisa.
A manutenção dessa tendência em 2015 aconteceu mesmo com uma leve recuperação de espaço por parte de São Paulo, de 32,2% em 2014 para 32,4%. Rio de Janeiro (de 11,6% para 11%), Minas Gerais (de 8,9% para 8,7%) e Espírito Santo (de 2,2% para 2,0%), entretanto, perderam participação no mesmo período.
Entre 2002 e 2015, a queda se concentrou em dois estados da região Sudeste: de 34,9% para 32,4% em São Paulo; de 12,4% para 11%, no Rio de Janeiro. Minas Gerais e Espírito Santo, inclusive, registram aumento na participação em relação a 2002: de 8,3% para 8,7%, no primeiro, e de 1,8% para 2,0%, no segundo.