A primeira transmissão foi em comemoração ao centenário da República do Brasil, do então presidente Epitácio Pessoa, na Rádio Sociedade, no Rio de Janeiro
100 anos depois, o hábito de escutar o rádio sobreviveu às transformações sociais e tecnológicas da sociedade. Na Grande Vitória, no Espírito Santo, esse meio de comunicação atinge cerca de 1.350.000 pessoas.
Uma delas é a auxiliar administrativo Valdete Timóteo. Segundo Valdete, o meio de comunicação é uma de suas companhias no dia a dia.
“Eu ouço bastante rádio quando estou em casa, fazendo algo sozinha. Ele é uma companhia para não me deixar sozinha”, disse Valdete.
Mas muita coisa mudou em 100 anos. O programador, que antes selecionava músicas em meio a centenas de discos de vinil, hoje tem uma nova denominação da profissão, que é analista musical. Ele é capaz de decidir o que o ouvinte vai ouvir através de um clique.
O analista musical é Marcelo Rangel, contou que viveu as duas épocas e percebeu as mudanças.
“Eu peguei a época do vinil, depois do CD. Hoje está tudo dentro do sistema, que através de um clique eu monto a programação musical”, falou.
O analista musical Marcelo Rangel viveu épocas diferentes do rádio. — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Com equipamentos cada vez mais modernos, os estúdios de rádios ocupam cada vez menos espaços.
Para o comunicador e locutor de rádio, Bruninho Andrade, o rádio não é um meio de comunicação que vai acabar.
“O rádio vai se transformar, se renovar, se reformular, mais pessoas vão chegar e ouvir o rádio, mas o rádio não acabar. O rádio tem muita força pela frente”, disse Andrade.
Apesar da primeira transmissão de rádio no Brasil ter acontecido durante a celebração do centenário da Independência, o início efetivo e regular das transmissões ocorreu somente no ano seguinte, graças ao esforço de Roquette-Pinto.
Ele tentou convencer o governo a comprar os equipamentos da empresa Westinghouse, mas não obteve sucesso. A aquisição foi feita então pela Academia Brasileira de Ciências, da qual era secretário. Em 1923, entrou no ar a Rádio Sociedade Rio de Janeiro.
A emissora pioneira é a atual Rádio MEC. Em 1936 ela foi doada pelo próprio Roquette-Pinto ao Ministério da Educação. No mesmo ano, foi fundada a Rádio Nacional, a princípio como emissora privada, incorporada na década de 1940 ao patrimônio da União.
Já em 1935, surge o programa A Voz do Brasil, noticiário radiofônico produzido pela EBC. Inicialmente com o nome de Programa Nacional, em 1938 passou a ter transmissão obrigatória com horário fixo das 19h às 20h, e o nome alterado para A Hora do Brasil.
No ano de 1962, o noticiário passou a se chamar A Voz do Brasil. É o programa de rádio mais antigo do país e do hemisfério sul ainda em transmissão.
Fonte:https://g1.globo.com/