Mulheres podem aumentar a rentabilidade de empresas em mais de 6%, segundo presidente da Novilho Precoce MS

Empresas que tiverem 30% de mulheres em sua liderança têm mais rentabilidade. Dados foram divulgados em evento promovido em celebração ao Dia Internacional da Mulher.

Cerca de cem mulheres, pecuaristas e profissionais do agronegócio, estiveram reunidas na tarde desta sexta-feira (08), em evento promovido pela Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce, para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Com o tema “Criando Laços e Construindo Futuros”, o evento contou com a presença da especialista em gestão de pessoas no agronegócio Jacqueline Lubaski, que falou sobre o público feminino no mercado de trabalho agro e como elas têm dominado espaços, no campo e na cidade, em um setor ainda muito ocupado por homens.

“Mulheres não faltam, são responsáveis. Mulheres têm potenciais que nem elas mesmas imaginam, nesse setor muitas vezes acham que a mulher só pode ser cozinheira, ela pode ser tratorista, vaqueira, se precisar ela leva o filho para o curral, a mulher é muito mais comprometida”, pontua a consultora.

Apesar de toda essa capacidade, elas ainda estão presentes em apenas 18% dos estabelecimentos pecuários no Brasil, segundo dados divulgados pela Embrapa e apresentados no evento por Stephanie Ferreira, presidente da Comissão Nacional de Mulheres no Agro da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Ela reforçou principalmente que as mulheres precisam ocupar também lideranças de instituições, que representam o coletivo, para que as pautas reivindicadas pelo setor sejam ainda mais fortalecidas.

“Vemos cada vez mais as mulheres tomando as decisões em seus negócios, mas o que a gente precisa também e é esse o chamado, que as mulheres estejam ocupando posições de liderança em entidades que nos representam, que representam o agro brasileiro, porque a organização coletiva que vai defender nossos direitos e nossos interesses. Precisamos não só da representatividade feminina, mas também da potência que a mulher tem de agregar positivamente para o desenvolvimento sustentável e competitivo do setor”, ressalta Ferreira.

Ainda sobre liderança feminina, Rafael Gratão, presidente da Associação, divulgou durante sua apresentação dados do Instituto Econômico Internacional, que empresas com pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança tiveram, em média, um aumento de 6% na rentabilidade.

“Os números mostram e é isso que precisamos, de mais mulheres ocupando essa liderança, esse lugar de fala, e esse é nosso pedido aqui também, que as mulheres participem da diretoria da Associação, ocupem esse espaço que precisa e muito da participação delas”, apontou.

Uma das homenageadas no evento, Dalva Malakias é pecuarista desde 1954 em Maracaju. Associada Novilho Precoce MS, sua propriedade é a segunda que mais abate animais pela Associação. Para ela, mulheres precisam usar seu poder também para cobrar.

“Eu falo que fazendeira tem que usar a cabeça e os pés, a cabeça para pensar e os pés para andar, para poder cobrar e é esse trabalho que nós estamos valorizando aqui, que a Novilho também faz por nós. E nós vamos trabalhando devagarinho e vamos vencendo, essa homenagem é muito grande para mim de um valor extraordinário”, enfatizou a pecuarista.

O evento contou também com a presença da primeira-dama do Estado do Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel, a coordenadora de Qualificação Profissional da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Marina Dobashi, e a diretora da Federação de Agricultura e Pecuária do MS (Famasul), Mariana Urt e a presindente da BPW, Eliene Amorim Costa.