- setembro 1, 2022
Jovens e adultos de Camapuã recebem aulas de alfabetização através do Sindicato Rural
“Quando eu vou na igreja, vejo tanta gente chegar lá na frente e ler um capítulo da bíblia, e como eu não sei ler e nem sei escrever meu nome, eu só fico olhando e escutando, guardo na cabeça, por isso eu tenho um sonho de um dia aprender a ler para poder ler a bíblia” essa é a história da Maria de Paula Thiobaldo de Oliveira, que tem 67anos e nunca frequentou a escola.
Assim como dona Maria, outros nove alunos estão participando do programa “Despertando” uma parceria do SENAR MS e do Sindicato do Produtor Rural de Camapuã (MS). As aulas são realizadas no distrito da Pontinha do Cocho, há 75km de Camapuã, na subsede do sindicato, com alunos com idades que variam dos 47 aos 78 anos.
“Dona Maria já deu os primeiros passos na sua aprendizagem, com apenas sete aulas já consegue ler palavras simples e assinar o nome na folha de frequência. Para mim é muito especial poder contribuir com a educação de jovens e adultos, porque para eles é muito importante nessa fase da vida aprender a ler e a escrever, isso lhes proporciona a autonomia, independência e liberdade”, pontua a Ilka Ferreira, instrutora e facilitadora do programa.
Ilka explica que a maior dificuldade que os adultos enfrentam é, na maioria das vezes, não acreditar na sua própria capacidade de aprendizagem. “É comum ouvi-los dizer eu não consigo, eu não aprendo, embora tenham uma experiência de vida. Porque o adulto ele é diferente da criança, a criança é considerada uma página em branco, já o adulto tem um conhecimento de vida, tem muitas experiências. Mas ainda sim, tem medo de não conseguir aprender, mesmo sendo extremamente capazes de fazê-lo”, enfatiza.
Para o presidente do Sindicato do Produtor Rural de Camapuã, Antônio Silvério, a iniciativa é de extrema importância e o Sindicato se vê como protagonista neste papel, de levar acesso a educação a esses jovens e adultos.
“Tivemos o número máximo de inscritos, e isso é muito gratificante para nós. Temos a plena consciência da nossa responsabilidade como Sindicato, no desenvolvimento social do agronegócio, e isso impreterivelmente passa pela educação. Esperamos que todos tenham êxito e saiam daqui alfabetizados e prontos para uma nova vida”, finaliza Silvério.