- março 7, 2024
Conselho Superior aprova estudo para expansão do IFMS
Documento aponta oito municípios com potencial para ter um campus da instituição. Um deles é Campo Grande, que teria a segunda unidade
O Conselho Superior (Cosup) do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) aprovou, em reunião extraordinária realizada no último dia 29, um estudo preliminar que levantou dados e informações para uma possível expansão da instituição para outros municípios do Estado.
Com um arcabouço teórico que analisa o desenvolvimento econômico brasileiro nos últimos 40 anos e dados da conjuntura econômica e social de Mato Grosso do Sul, o documento sugere a possibilidade de criação de oito novos campi do IFMS. Os municípios com potencial para receber a instituição são: Campo Grande, Chapadão do Sul, Paranaíba, Sidrolândia, Rio Brilhante, Maracaju, Amambai e Aparecida do Taboado.
“A abertura de novos campi transcende a vontade institucional e requer uma abordagem sustentável, assegurando que cada nova unidade possa prosperar a longo prazo e atender às necessidades do Estado. Este estudo é uma peça importante para planejar uma expansão do IFMS que seja viável e valiosa para Mato Grosso do Sul”, destaca Fernando Silveira, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional.
Segundo o pró-reitor, o foco da expansão do IFMS deve ser na sustentabilidade e na capacidade de atendimento, levando-se em consideração os arranjos educacionais de cada região.
“O estudo que conduzimos oferece ao Governo Federal uma base sólida para avaliar onde e como novas unidades do IFMS podem ser mais benéficas. Queremos que a expansão contemple regiões que não apenas necessitam de nossos serviços, mas que também tenham condições de sustentar esses campi no futuro, fortalecendo a educação profissional, científica e tecnológica em todo o Estado”, enfatiza.
Conheça o estudo preliminar de expansão do IFMS na íntegra!
Estudo – Foi elaborado pelo economista do IFMS, George Tada, que mapeou as regiões do Estado identificando os municípios mais populosos, mais dinâmicos e mais relevantes economicamente. Os dados foram cruzados com as informações sobre a “concorrência local”, outras instituições que oferecem cursos técnicos e superiores presenciais.
“O objetivo foi mapear aqueles municípios que possuem potencial numa possível expansão da Rede Federal [de Educação Profissional, Científica e Tecnológica] e também garantir que todas as 12 regiões geográficas imediatas, definidas pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], possuam pelo menos uma unidade, como nos casos de Amambai e da região de Paranaíba-Chapadão do Sul-Cassilândia”, explica George.
Segundo Tada, alguns municípios se destacam pela importância econômica. É o caso de Sidrolândia, Maracaju e Rio Brilhante, que estão entre os dez maiores PIBs (Produto Interno Bruto) do Estado. Outros municípios foram listados devido à localização geográfica, pois estão muito distantes dos campi existentes, como é o caso de Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul e Paranaíba.
“Além disso, entre 2010 e 2022 Chapadão do Sul registrou variação de quase 65% de sua população e em Aparecida do Taboado essa variação foi de cerca de 24%, colocando-os entre os municípios com as maiores taxas de crescimento populacional. A região se destaca também pelo avanço da indústria de papel e celulose”, completa o economista.
De acordo com o economista, um segundo campus na Capital seria necessário pelo fato de a cidade concentrar cerca de 30% da população de Mato Grosso do Sul.
“A Capital, sendo o maior PIB do Estado, atrai muitos investimentos e possivelmente gerará muitas oportunidades após a implantação da Rota Bioceânica, na qual se espera que Campo Grande se transforme num hub logístico”, avalia.
Já o município de Amambai foi sugerido, segundo Tada, por estar localizado na Região Geográfica Imediata de Amambai, com cerca de 40 mil habitantes, e pela necessidade de se promover o desenvolvimento dos municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano IDH) e baixos PIB per capita, como os da região extremo Sul do Estado.
Expansão – A elaboração do estudo do IFMS está alinhado à possibilidade de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, já aventada pelo Governo Federal, que prevê inaugurar mais 100 novos campi até o final de 2026.
Atualmente, a Rede Federal conta com 38 institutos federais, dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II, além de escolas técnicas ligadas a universidades federais. As instituições são multicampi e atuam como unidades descentralizadas de ensino, pesquisa e extensão.
Criado em 2008, o IFMS possui campi em dez municípios: Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas.
Veja os dados completos dos municípios aptos a receber novos campi do IFMS, segundo o estudo:
– Campo Grande
1) População de 916 mil pessoas, quase 1/3 da população do estado na capital, e poucas vagas ofertadas.
2) Baixa participação do IFMS no market share de cursos técnicos e superiores no município.
3) Oportunidades com a implantação da Rota Bioceânica e transformação da capital em hublogístico.
4) Não há cursos de comércio exterior no estado. Oportunidades com logística após Rota Bioceânica.
– Chapadão do Sul
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 26,5 mil habitantes (18ª maior de MS) e com a quarta maior variação 2010/2021 (+34,9%).
3) 12ª maior economia (1,7% do PIB de MS) e 9º maior PIB per capita. 4) Significativo nível de crescimento econômico. Município classificado como “desenvolvido em declínio”.
5) Variação de 25,9% no volume de vínculos entre 2013/2020.
6) 1.113 matrículas no ensino médio e 195 matrículas na educação profissional técnica7) Oferta de 150 novas vagas no ensino superior.
– Paranaíba
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 42 mil habitantes (11ª maior de MS).
3) 19ª maior economia (1,1% do PIB de MS).
4) Nível de crescimento médio e ritmo de crescimento significativo (2013/2019). Classificado como “em desenvolvimento” no período 2013/2019.
5) 1.458 matrículas no ensino médio e 16 matrículas na educação profissional técnica.
– Sidrolândia
1) Município com população de aproximadamente 61 mil habitantes (6ª maior de MS) e com maior variação 2010/2021 (+44,3%).
2) Oitava maior economia (2,2% do PIB de MS).
3) Município classificado como “em desenvolvimento”.
4) Terceiro maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,68 p.p.).
5) O Município apresentou crescimento de 32,9% no estoque de vínculos ativos entre 2013/2021.
6) 1.764 matrículas no ensino médio e 62 matrículas na educação profissional técnica (oferta do Senai).
7) Não havia oferta de ensino superior presencial.
– Rio Brilhante
1) Município com população de aproximadamente 39 mil habitantes (13ª maior de MS) e com a sétima maior variação 2010/2021 (+26,7%).
2) Sexta maior economia (2,5% do PIB de MS).
3) Alto PIB per capita. 4) Classificado com significativos níveis de crescimento econômico e de ritmo de crescimento econômico. Município “desenvolvido em expansão” (2013/2020).
5) Terceiro maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,45 p.p.).
6) 1.387 matrículas no ensino médio e 143 matrículas na educação profissional técnica. Sem oferta no nível superior.
– Maracaju
1) Município com população de aproximadamente 49 mil habitantes (9ª maior de MS) e com a sexta maior variação 2010/2021 (+30,8%).
2) Quinto maior economia (3% do PIB de MS).
3) Alto PIB per capita e elevado nível de crescimento econômico.
4) Quinto maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,42 p.p.).
5) 1.246 matrículas no ensino médio e 131 matrículas na educação profissional técnica.
6) Oferta de 80 vagas novas em curso superior. Umas das principais regiões produtoras de grãos do estado sem curso ofertado na área.
– Amambai
1) O município de Amambai é polo da Região Geográfica Imediata de Amambai. Possuía população em torno de 40 mil habitantes.
2) Não havia instituições federais e oferta de cursos profissionais técnicos na RGI. Apenas a UEMS oferta cursos superiores presenciais.
3) Municípios muito distantes do atual campus que atende a região de abrangência (Campus Ponta Porã).
4) Externalidades positivas em umas das regiões mais pobres do estado.
– Aparecida do Taboado
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 26 mil habitantes (19ª maior de MS).
3) 21ª maior economia (1% do PIB de MS).
4) Classificado com alto nível de crescimento econômico.
5) Indústria de transformação como principal atividade econômica.
6) Variação de 23,8% no volume de vínculos entre 2013/2020.
7) 1.014 matrículas no ensino médio e 99 matrículas na educação profissional técnica.
8) Não havia oferta em curso superior.
Texto originalmente publicado em: https://www.ifms.edu.br/noticias/2024/conselho-superior-aprova-estudo-para-expansao-do-ifms .
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Assessoria de Comunicação Social do IFMS
Paulo Ricardo Gomes
06/03/2024
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