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  • novembro 7, 2018

Adotado por casal de artistas de rua, Tim agora vive aventuras pelo Brasil

 Último filhote a ser adotado, a casa de Tim hoje é o mundo (Foto: Kimberly Teodoro)

Último filhote a ser adotado, a casa de Tim hoje é o mundo (Foto: Kimberly Teodoro)
 

Brincalhão, com a língua de fora, orelhas em pé que lembram as de um coelho e olhos atentos, o filhote de 5 meses chama a atenção de quem passa pelas ruas do Centro de Campo Grande, não há quem não se encante pelo cãozinho chamado Tim. O nome, ao contrário do que o estilo de vida aventureiro que ele leva, não veio do personagem de desenho animado que explora o mundo e sim do cantor Tim Maia, que na história da família de Sofia Bomfim e do argentino  Facundo Sosa, tem duas vezes mais significado.

Muito antes de Sofia e Tim aparecerem na vida de Facundo, Maia foi o primeiro animalzinho de estimação a acompanhá-lo pelas ruas, fazendo malabares no sinal vermelho. O argentino conta que, apesar de gostar de animais, nunca tinha pensando em ser responsável por um, até encontrar Maia, que o escolheu como tutor.

“Os animais sabem e sentem as coisas, ela entendeu que eu precisava dela, talvez ainda mais que ela precisava de mim. Ela veio por tempo suficiente para me mostrar a importância de andar acompanhado”, relembra sobre a amiga que no começo do ano morreu atropelada.

 

O argentino veio para o Brasil em 2014 trabalhar como chef de cozinha durante a Copa do Mundo, aprendeu nas ruas a arte de fazer malabares e pegou gosto pela liberdade de viver na estrada.

Casal improvável, Facundo e Sofia foram unidos pelo amor em comum ao estilo de vida em que o caminho é mais importante que o destino final. Os dois se conheceram em Curitiba e estão juntos há 7 meses, depois de Facundo ter ido até a cidade natal de Sofia só para vê-la novamente, sem ter a mínima ideia de onde encontrá-la.

Jovem e independente, Sofia abandonou a vida no grande centro para se redescobrir viajando sozinha pelo País. Ela conta que o plano original era ir até a Amazônia, mas que a empreitada se mostrou precipitada e fez com que ela entendesse que antes de realizar esse sonho, ela ainda tinha muito a aprender.

Na calçada, o filhote é simpático com quem passa, mas está sempre atento ao chamado dos donos (Foto: Kimberly Teodoro)Na calçada, o filhote é simpático com quem passa, mas está sempre atento ao chamado dos donos (Foto: Kimberly Teodoro)

No começo Sofia ia de cidade em cidade procurando empregos temporários e bicos em restaurantes e bares, mas hoje vende pulseiras de macramê nas praças e ruas das cidades por onde passa. A jovem que nunca pensou em se apaixonar e nem em ter um relacionamento sério viu todas as defesas caírem, quando viu Facundo pela primeira vez.

“Eu já tinha visto ela antes, de longe, mas ela nunca tinha me notado, até uma noite em que estavam acontecendo algumas apresentações culturais em uma praça de Curitiba e um amigo dela estava em uma perna de pau fazendo malabarismos com fogo. Vária pessoas se aproximaram para olhar o que ele fazia e quando vi ela na roda, percebi que era a minha chance de ser notado”, relembra Facundo.

 

Com todas as vacinas em dia, Tim vai ficar na cidade até completar 5 meses e poder tomar a vacina de raiva (Foto: Kimberly Teodoro)Com todas as vacinas em dia, Tim vai ficar na cidade até completar 5 meses e poder tomar a vacina de raiva (Foto: Kimberly Teodoro)
Tranquilidade do filhote que sabe que não ficará sozinho nas ruas (Foto: Kimberly Teodoro)Tranquilidade do filhote que sabe que não ficará sozinho nas ruas (Foto: Kimberly Teodoro)
 

A família só ficou completa quando há 5 meses o casal adotou Tim. “Eu ainda sentia falta de um companheiro  que fosse como a Maia, a Sofia sempre teve cachorro e era uma falta que ela também sentia. Então, quando estávamos em Três Lagoas, vimos um menino passar com um filhote nas mãos, ficamos apaixonados e ele nos disse que os irmãozinhos estavam sendo doados”, conta Facundo.

“Quando chegamos lá o Tim era o último, ele foi aquele cachorrinho que ninguém queria, mas na verdade sabíamos que ele estava esperando por nós e assim que pegamos ele no colo, ele pareceu perceber isso também”, comenta Sofia.

Desde então, os 3 rodam o Centro-Oeste de ônibus, ficando cerca de 3 semanas nas capitais e não mais de 1 semana nas cidades menores. A maioria dos hostels já aceita cães, mas  já aconteceu de dormirem na rua por falta de um estabelecimento onde Tim também fosse bem-vindo.

Acostumado desde pequeno, o cãozinho dorme quase que imediatamente quando entra na caixinha de transporte obrigatória para viagens de ônibus, a tranquilidade é a de um filho que sabe que independente do destino, terá sempre a companhia e o amor dos pais.

Para viajar com ele, as únicas restrições são relacionadas com a saúde do animal que precisa estar em dia. Há quase 1 mês em Campo grande, Sofia conta que estão apenas esperando Tim completar 5 meses para tomar a vacina para raiva e o trio finalmente poder seguir até a Bolívia para a primeira viagem internacional com o filhote, que ainda vai se aventurar por toda a América Latina.

No futuro, Facundo se vê na praia, dono da própria pousada e vendendo drinques e ensinando a quem estiver interessando a arte que aprendeu nas ruas. Já Sofia ainda não faz planos, para ela viver o hoje é mais que o suficiente, o dia de amanhã será desvendado quando finalmente chegar.

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Unidos pela paixão pela estrada, a família só ficou completa há 5 meses com a chegada de Tim,Unidos pela paixão pela estrada, a família só ficou completa há 5 meses com a chegada de Tim.

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